domingo, junho 04, 2006

FELIZ ANIVERSÁRIO

Olha, és um ano
mais velha,
na idade, no saber,
no amor e no querer.
Isto é bom,
Não é melancolia!...

E se teus olhos
que eram tão belos
já têm rugas
e teus cabelos
já têm brancas,
não receis a velhice,
pois ser velho
é o cume da sabedoria.

Não vês que tudo tem um fim:
As aves, os peixes,
os rouxinóis, as borboletas
e as flores dos jardim?!...
- É assim a velhice.

Felecito-te, nesta data,
por mais um ano que passou,
e, quantos mais anos passarem,
mais orgulho terei de ti,
pois serás fruto
tanto mais doce e maduro,
quanto eu,
verde, amargo e duro.

ACC.1993

POEMA PARA O DIA DA MÃE

MÃE,
já se cansou a Primavera,
O Verão vai voltar.
As terras já pariram,
o sol está na crista,
as flores vão murchar.

Que pena. Tudo passa!...
Teu corpo lindo, aberto
ao arado do tempo,
já pisado foi por tantos anos.

Tempo belo aquele,
em que teus braços
eram berço cor-de-rosa,
cheio de fadas,
amor e brinquedos
- o meu sonho de criança.

Aí queríamos voltar,
eu sei,
mas não podemos.


Já não posso estar
no teu regaço,
nem sequer junto a ti.
Enfim, tudo isto é triste,
mas nada está consumado.

Podemos ainda recordar
os dias da casa amada,
com a família reunida,
e amar-nos bem perto,
apesar desta luta travada
na cara da vida
nos ter já separado.

Hoje é o teu dia em todos os dias.
Hoje, vou sonhar.
Relembrar tua beleza,
teu amor e teu carinho,
que como tu não tem ninguém.
- Sim. Sonhar também
que, com tua doçura,
estarás sempre por perto
como sempre estiveste,
Querida MÃE.

domingo, abril 09, 2006

VISEU

O CANTO DAS VELHAS TORRRES

O canto das velhas torres
São as lágrimas de Viseu.
Elas recordam as dores
Que Cristo na cruz padeceu.
Guarda El-Rei D. Duarte
O canto das velhas torres.
É mais uma obra d’arte
Que verás, quando lá fores.

Jardim florido de amores
Viseu, romana cidade.
O canto das velhas torres
É altar de saúdade.
Antigo berço sagrado
De poetas e pintores.
É tema sempre tratado
O canto das velhas torres.
9/ABR/2006
ACC

quarta-feira, março 01, 2006

A TODOS OS PAIS DE BEIJÓS



POEMA PARA O DIA DO PAI


Quem és tu?…
Quem me dera ser como tu,
“hoc erat in votis”!…

Quem sou eu?
O filho que te lembra
e te segue como exemplo
de bom, severo e cristão.

Recordo ainda os dias de luar
no regresso a casa, após um dia
de árduo trabalho.
Lá ia eu pela tua mão,
guiado, quase cego, mas sabendo
que o caminho que seguia era certo.


( O fortunatos nimium, sua si bona norint, agricolas!…)

Hoje, decorridos tantos anos,
também eu regresso a casa, do inferno da cidade,
mas sem filho pela mão,
porque já não compartilho, como tu comigo,
o trabalho do dia a dia.

Agora, os filhos já não sabem
como os pais trabalham.
Agora, a maioria dos pais são

quase máquinas humanas,
que param à noite e descansam,
se podem, no fim de semana.


Contudo, ainda há tempo para ser Pai,
um pai como tu sempre foste:
a mão segura que educa como melhor sabe
e aponta com rigor o caminho certo
desta vida incerta, mas que vale a pena viver.

Por tudo isto,
o pão que tu me deste,
o suor em que o amassaste,
o fim a que me ajudaste,
os sofrimentos que por mim tiveste
são rosas de espinhos, que trago no peito.

Hoje, vou beijá-las,
vou sentir-lhes o aroma,
vou afagar-me com elas, tocando os espinhos,
que, na dor, a beleza florescem.

Depois… agora, não quero
todas estas rosas belas só para mim.
Se não te importas,
quero, hoje, oferecer por ti
todas estas rosas que me deste
a todos os pais do mundo,
que amam ou amaram como tu
os filhos que procriaram.


ACC.

NELAS 2006

Dança Grande ( BATUQUE) - Cabanas de Viriato

DANÇA GRANDE

IGREJA MATRIZ

domingo, janeiro 29, 2006

TERRA NOSTRA

Terra minha, querido berço,
Português belo cantinho,
Eu dedico estes versos
Com saudade e carinho.

Revejo o Lugar d’ além,
Berço da tua grandeza,
Para mim ele foi Belém,
Para ti a fortaleza.

Na Fonte há um terreiro,
Onde gostei de brincar.
Dos lados, há três outeiros
Que te fazem respeitar.

O lugar de Vale da loba
É sem dúvida primeiro.
Lá se deram muitas sovas
E se dançou no terreiro.

A escola, casa amada,
De teus filhos e terceiros
Recorda-me a tabuada
e as flores dos canteiros.

Teus pinhais são a beleza,
Teus ribeiros a frescura.
A Torre é realeza
A Igreja altar que cura.

Os teus campos são regados
Por dois rios e um ribeiro.
Há, em ti, imensos prados,
Sendo o vinho o primeiro.

Se o azeite te tempera
E a frescura te refresca,
O milho é o que impera
E o barbo também se pesca.

Do vale ao alto da serra,
És bem Beira, és bem Dão.
És também a minha terra
Que me honra ser beirão.

Beijos

Beijos

BEIJÓS

BEIJÓS