quarta-feira, março 01, 2006
A TODOS OS PAIS DE BEIJÓS
POEMA PARA O DIA DO PAI
Quem és tu?…
Quem me dera ser como tu,
“hoc erat in votis”!…
Quem sou eu?
O filho que te lembra
e te segue como exemplo
de bom, severo e cristão.
Recordo ainda os dias de luar
no regresso a casa, após um dia
de árduo trabalho.
Lá ia eu pela tua mão,
guiado, quase cego, mas sabendo
que o caminho que seguia era certo.
( O fortunatos nimium, sua si bona norint, agricolas!…)
Hoje, decorridos tantos anos,
também eu regresso a casa, do inferno da cidade,
mas sem filho pela mão,
porque já não compartilho, como tu comigo,
o trabalho do dia a dia.
Agora, os filhos já não sabem
como os pais trabalham.
Agora, a maioria dos pais são
quase máquinas humanas,
que param à noite e descansam,
se podem, no fim de semana.
Contudo, ainda há tempo para ser Pai,
um pai como tu sempre foste:
a mão segura que educa como melhor sabe
e aponta com rigor o caminho certo
desta vida incerta, mas que vale a pena viver.
Por tudo isto,
o pão que tu me deste,
o suor em que o amassaste,
o fim a que me ajudaste,
os sofrimentos que por mim tiveste
são rosas de espinhos, que trago no peito.
Hoje, vou beijá-las,
vou sentir-lhes o aroma,
vou afagar-me com elas, tocando os espinhos,
que, na dor, a beleza florescem.
Depois… agora, não quero
todas estas rosas belas só para mim.
Se não te importas,
quero, hoje, oferecer por ti
todas estas rosas que me deste
a todos os pais do mundo,
que amam ou amaram como tu
os filhos que procriaram.
ACC.
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